segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

HISTÓRIAS DE JOAQUINAS: MULHERES, ESCRAVIDÃO E LIBERDADE (BRASIL, AMAZONAS: SÉC. XIX)


Por: Ygor Olinto Rocha Cavalcante e Patrícia Melo Sampaio




Este tempo de instabilidade e morte foi o que viu nascer Joaquina. A memória de sua primeira infância deve ter sido marcada por certo temor causado pelas guerrilhas nos rios e igarapés, pelas emboscadas e ataques imprevisíveis dos cabanos no momento de dispersão do movimento.
Pouco sabemos de sua vida até os 18 anos. Contudo, é certo que a menina Joaquina fazia parte da terceira ou quarta geração de escravos de origem africana vivendo em terras amazônicas. Desde finais do século XVII, homens e mulheres embarcados em África atravessaram o Atlântico para trabalhar, em geral, nas atividades agrícolas, nos serviços urbanos e nas atividades ligadas à extração dos produtos da floresta.
Ao longo do século XVII e início do século XVIII, a incipiente rota de tráfico de escravos para o estado do Maranhão e Grão-Pará esteve assentada em três motivos básicos: as epidemias de varíola que dizimaram os trabalhadores indígenas em finais do Seiscentos; a estratégia da Fazenda Real de utilizar o comércio de africanos para dinamizar a reprodução do domínio militar na região; e, como resultado das leis de liberdade
indígena na década de 1680, a atuação da Companhia de Comércio do Maranhão. Nesse contexto, os “suspiros por um escravo de Angola” tornavam-se lamentações generalizadas pelo braço africano na sociedade colonial em formação. Este desejo, inclusive, era constantemente alimentado pela experiência bem sucedida do tráfico negreiro para o Estado do Brasil, cujos colonos e comerciantes engrossavam mais e mais os seus cabedais com o trabalho dos africanos. O papel da Coroa portuguesa foi vital neste processo e possuía dois objetivos: estabelecer uma conexão atlântica dinamizando a economia colonial no Maranhão e Pará, “calando os murmúrios” por escravos decorrentes dos problemas quanto à escravização dos índios, e solidificar sua presença em África.
Este quadro sofre sensível modificação quando das ações administrativas do Marquês de Pombal na segunda meado do XVIII. As chamadas “reformas pombalinas” intensificaram a entrada de africanos no Grão Pará e Maranhão e estabeleceram redes de abastecimento e escoamento dos produtos das lavouras da região, tais como o arroz, o algodão, e dos produtos da floresta (cacau, salsaparrilha, cravo, entre outros).


Fonte: http://www.afroasia.ufba.br/




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