Senso comum
Crédito da Charge: Normalidade I - Quino e site Só Filosofia |
“Chamamos senso comum ao conhecimento adquirido por tradição, herdado dos antepassados e ao qual acrescentamos os resultados da experiência vivida na coletividade a que pertencemos. Trata-se de um conjunto de idéias que nos permite interpretar a realidade, bem como um corpo de valores que nos ajuda a avaliar, julgar e portanto agir.
O senso comum não é refletido e se encontra misturado a crenças e preconceitos. É um conhecimento ingênuo, fragmentário e conservador. Com isso não queremos desmerecer a forma de pensar do homem comum, mas apenas enfatizar que o primeiro estágio de conhecimento precisa ser superado em direção a abordagem crítica e coerente, características estas que não precisam ser necessariamente atributos de formas mais requintadas de conhecer, tais como a ciência ou a filosofia. Em outras palavras, o senso comum precisa ser transformado em bom senso, este entendimento como a elaboração coerente do saber e como explicação das intenções conscientes dos indivíduos livres.
Qualquer pessoa, não sendo vítima de doutrinação e dominação, e se for estimulada na capacidade de compreender e criticar, torna-se capaz de juízos sábios.”
Texto baseado no Livro Convite a Filosofia de Marilena Chauí
*P.S.: O senso comum de todo não é ruim. É a primeira forma que vemos o mundo, sem as explicações científicas e atitude crítica. Acredito que o senso comum é a base do conhecimento. Concordo com Rubem Alvez quando ele afirma em A Filosofia da Ciência que a ciência virou um mito, ou seja, inquestionável, e como sabemos todo mito é perigoso, pois impede o pensamento e constrói comportamentos. O que é o senso comum nesta perspectiva? Nada mais é do que a ciência refinada. A aprendizagem da ciência é um processo de desenvolvimento progressivo do senso comum.
Fonte: http://blogfilosofiaevida.com/index.php/2010/02/17/o-senso-comum-2/
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Gostou do que você leu? Então deixe o seu comentário abaixo.