quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O CHEIRINHO GOSTOSO DO LANÇA PERFUME NO CARNAVAL DA BAHIA


Por Nelson Cadena



Muitos baianos já curtiam ou curtem um lança perfume no Carnaval. Em inícios do século XX, não passava pela cabeça de ninguém cheirar esse negócio. Lança perfume era um produto, então fabricado pela Rhodia, desodorizante com aroma semelhante ao L’Air dus Temps de Nina Ricci, produto fino para incrementar a paquera: jogava-se um cheirinho no cangote ou na orelha, assim meio distraído para disfarçar, mas nem tanto que deixasse passar despercebida a intenção.
Os lança-perfumes da Rhodia, chamados de Rodo, vinham embalados em vidro, em caixas contendo três unidades, e eram vendidos nos melhores magazines e armazéns da cidade. A propaganda caprichava nos apelos de venda estimulando o flerte como no anúncio do lança perfume Alice com o Pierrô cortejando a Colombina publicada na revista Única em Salvador.
Os lança-perfumes da Bayer disputavam-lhe espaço nas vitrines das lojas e nas páginas de propaganda das revistas. As marcas mais conceituadas eram Rodó, Alice, Flirt, Rigoletto e a substância era cloreto de etila.


Um dia alguém resolveu cheirar o produto, os fabricantes acrescentaram-lhe éter aos poucos e então o governo por decreto de Jânio Quadros e pressão do apresentador de TV Flávio Cavalcanti, proibiu em 1961 o seu uso. O lança perfume entrou na clandestinidade, deixou de ser fabricado por marcas tradicionais e passou a ser produzido no fundo de quintal e no Paraguai. E o decreto é obvio proibiu também a propaganda.



Fonte: http://www.ibahia.com/a/blogs/memoriasdabahia/2013/02/08/o-cheirinho-gostoso-do-lanca-perfume-no-carnaval-da-bahia/

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